ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 25.10.1989.
Aos vinte e cinco dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e oitenta e nove reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Centésima Décima Quinta Sessão Ordinária da Primeira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adroaldo Correa, Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clóvis Brum, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Flávio Koutzii, Gert Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Mano José, Nelson Castan, Valdir Fraga, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, e Wilson Santos. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Ver. Clóvis Brum que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, o Sr. Presidente procedeu à leitura das Atas das Centésima Décima Quarta Sessão Ordinária e da Quadragésima oitava Sessão Solene, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Airto Ferronato, 01 Emenda ao Projeto de Lei do Executivo nº 50/89 (proc. nº 2663/89); pelo Ver. Elói Guimarães, 03 Pedidos de Informações; pelo Ver. Ervino Besson, 07 Pedidos de Providências; pelo Ver. Isaac Ainhorn, 01 Pedido de Providências; 01 Pedido de Informações; pela Verª. Letícia Arruda, 04 Pedidos de Providências; 01 Pedido de Informações; e pelo Ver. Wilton Araújo; 01 Pedido de Informações.
Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 350 e 360/89, da Casa Civil. Ainda foram apregoados pela Mesa: Processo nº 2860/89 e Projeto de Lei do Executivo nº 81/89 (Proc. 2861/89). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. João Dib lamentou declarações do Sr. Prefeito Olívio Dutra, publicadas na imprensa local, e que S. Exª classificou como “invectivas contra este Legislativo Municipal”, referentes a posicionamentos de Edis desta Casa quanto ao resultado da intervenção no transporte coletivo de Porto Alegre, encetadas por aquele Executivo. O Ver. Vieira da Cunha repudiou declarações, difundidas através do Espaço Político destinado à Frente Brasil Popular, através do Rádio e da Televisão, contra a Administração do PDT quando à frente da Prefeitura de Porto Alegre, especialmente no referente à construção das escolas denominadas CIEMs. Criticou a atuação da Administração do PT e questionou sobre a construção de escolas até o atual momento pelo Executivo Municipal. O Ver. Clóvis Brum, referindo-se às declarações do Sr. Prefeito acerca do posicionamento desta Casa no tocante aos resultados da intervenção no transporte coletivo de Porto Alegre, afirmou que o Prefeito Municipal não deve transferir a responsabilidade do insucesso desse processo a esta Casa, asseverando que este Legislativo e a comunidade porto-alegrense não foram levados em consideração quando da decisão de realizar a referida intervenção. O Ver. Antonio Hohlfeldt reportou-se aos pronunciamentos anteriores, questionando a ação do PDT, quando à frente do Executivo Municipal, especialmente com referência à frota de ônibus da Companhia Carris Porto-alegrense. Congratulou-se com os cálculos apresentados pelo Ver. João Dib em pronunciamento anterior. E citou artigo publicado no Jornal do Brasil acerca dos CIEPs do Rio de Janeiro. O Ver. Artur Zanella comentou nota publicada no Jornal Correio do Povo acerca da repercussão da publicação de Carta enviada pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, na condição de Secretário Municipal dos Transportes, cotejando o texto dessa à questão da desapropriação da Empresa de Transportes Coletivos SOPAL. Durante esse período, o Sr. Presidente respondeu Questão de Ordem do Ver. Edi Morelli, acerca dos apartes anti-regimentais, e do Ver. Artur Zanella, acerca de encaminhamento de Requerimento verbal. A seguir, tendo sido constatada a existência de “quorum”, foi aprovado Requerimento do Ver. Clóvis Brum solicitando inversão na ordem dos trabalhos, e declarado prejudicado o Requerimento do Ver. Adroaldo Correa. Passou-se, então, à ORDEM DO DIA. Em discussão Geral e Votação, Urgência, foi aprovado pela unanimidade dos Senhores Vereadores presentes, o Projeto de Lei do Executivo nº 49/89, após ter sido discutido pelos Vereadores Clóvis Brum, João Dib, Isaac Ainhorn, Cyro Martini e Vieira da Cunha. Durante esse período, os trabalhos estiveram suspensos das quinze horas e sete minutos às quinze horas e quinze minutos, nos termos do artigo 84, III do Regimento Interno, e o Sr. Presidente respondeu Questão de Ordem dos Vereadores Antonio Hohlfeldt, acerca da atinência dos oradores ao projeto em discussão, e do Ver. Artur Zanella, acerca da fase de encaminhamento do Projeto de Lei do Executivo nº 49/89. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados os seguintes Projetos de Lei do Legislativo: nº 133/89, com Emenda, após terem sido discutidos pelos Vereadores Artur Zanella e Giovani Gregol; nº 135/89; nº 137/89; 140/89 e 141/89. Foi aprovado, também, o Projeto de Decreto Legislativo nº 21/89, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Clóvis Brum, Artur Zanella e Flávio Koutzii. Nesse período, o Sr. Presidente respondeu à Questão de Ordem do Ver. Artur Zanella, referente a encaminhamento à votação do Projeto de Decreto Legislativo nº 21/89. Ainda aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando, respectivamente, dispensa de distribuição em avulsos e interstício para suas Redações Finais, considerando-as aprovadas nesta data: do Ver. João Motta, para o Projeto de Lei do Executivo nº 49/89; do Ver. Gert Schinke, para o Projeto de Lei do Legislativo nº 129/89; do Ver. Adroaldo Correa, para o Projeto de Lei do Legislativo nº 137/89; do Ver. Cyro Martini, para o Projeto de Lei do Legislativo nº 135/89; do Ver. Luiz Machado, para os Projetos de Lei do Legislativo nºs 133, 140 e 141/89; e do Ver. Décio Schauren, para o Projeto de Decreto Legislativo nº 21/89. Às dezesseis horas e cinqüenta e sete minutos, tendo sido constatada a inexistência de “quorum”, o Sr. Presidente levantou os trabalhos, convidando os Senhores Vereadores para a Sessão Solene a ocorrer logo após. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Valdir Fraga, Isaac Ainhorn, Lauro Hagemann e Adroaldo Correa, e secretariados pelos Vereadores Lauro Hagemann e Adroaldo Correa. Do que eu, Lauro Hagemann, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após ser distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e por mim.
O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): Comunicação de Liderança com o Ver. João Dib.
O
SR. CLÓVIS BRUM (Requerimento: Logo após a intervenção de Liderança do PDS
eu gostaria de apresentar um Requerimento com referência à inversão da Ordem do
Dia pelo Grande Expediente.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, já damos como formulado o Requerimento.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quem mal não faz, mal não pensa. Desta tribuna eu já havia feito uma agressão ao Prefeito Olívio Dutra num momento de irritação, mas, depois, com a mesma tranqüilidade que tinha presidido os meus atos, eu pedia desculpas e dizia que eu não repetiria a agressão feita e não vou agredir o Prefeito Olívio Dutra. Mas não posso deixar passar impunemente a agressão reiterada ontem e hoje em jornais da Capital em que Vereadores têm interesses outros que não seja o bem-comum, que não seja a realização daquilo que melhor diz com os interesses da Cidade, quando vêm a esta tribuna, até nem criticando, mas apenas comentando atos, o Prefeito agride Vereadores.
Eu tenho toda a tranqüilidade, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, porque na semana passada defendi o Sr. Prefeito no seu Veto e aqui esta Casa estava lotada de pessoas amigas inclusive e que não queriam ouvir o Ver. João Dib defendendo o Prefeito e seu Veto. Defendi porque tinha convicção e o mais importante para um homem público é ter convicção daquilo que faz. Então, contrariando todos que ali estavam eu defendi a colocação de S. Exª, o Sr. Prefeito, assim como defendi a sua autoridade, que deve ser respeitada, preservada quando até dentro deste plenário, não só nas galerias havia cartazes que davam apoio a um Vereador desta Casa, contrariando a Lei Orgânica, a autoridade do Prefeito, porque não importa quem seja, ele é o meu Prefeito... (Aparte anti-regimental do Ver. Vieira da Cunha.) É meu Prefeito, Vereador, ele foi eleito democraticamente e assim ele tem que ser respeitado como Prefeito desta Cidade.
Mas de qualquer forma, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Prefeito Olívio Dutra, querendo ou não é nosso Prefeito. Ele tem a responsabilidade de gerir os destinos desta Cidade e nós temos a obrigação de criticá-lo eventualmente, mas de apoiá-lo quando ele estiver no bom caminho, e muitas vezes ele também está, porque não é diferente de ninguém; ninguém deseja errar, o Prefeito deseja acertar. Agora, latismo profundamente que a Câmara seja atacada, a Câmara que tem dado cobertura a muitos atos do Executivo. Se alguém tem alguma coisa dentro dos conceitos de S. Exª o Sr. Prefeito, que seja nominado, até para que ele se defenda, mas não generalize dizendo que os Vereadores, ou alguns Vereadores, ou um Vereador. Fica muito mais fácil dizer os nomes de quem quer que seja.
A minha atitude desde o momento da intervenção no sistema de transporte coletivo foi clara: favorável à intervenção, contrária ao método em que ela foi feita. Disse que nós não conseguimos conter a tarifa, que nós não conseguimos renovar a frota, que nós não conseguimos racionalizar o sistema de transporte. Disse que sou contrário à encampação, não porque eu, João Dib, seja contrário à encampação, é porque eu tenho vivido nesta Cidade e, durante 9 anos, sem nenhum horário, nem uma féria, trabalhando muitas vezes as 24 horas do dia, eu tentei levar o transporte coletivo desta Cidade a um padrão mais ou menos digno. Então eu aprendi muitas coisas e continuo aprendendo hoje. Mas eu lembro que a Empresa SOUL foi encampada, e o fez o DATC, e nós tivemos 1.860 funcionários para 152 ônibus que não funcionavam todos eles. Nós tivemos a melhor frota de ônibus desta Cidade, que foram 60 ônibus Avai lable e que em 3 anos não tínhamos mais nada. Mas antes do DATC ter esta estrutura, nós tivemos ainda na Administração Meneghetti a unidade central do DATC, com 120 ônibus Renault, alguns ainda estão aí nos morros da Cidade, as suas carcaças não duraram nada. Nós encampamos a CARRIS para não permitir que a tarifa passasse de 50 para 80 centavos, e a nossa primeira medida foi passar para um cruzeiro. E estamos pagando pela CARRIS até hoje. A CARRIS custa muito dinheiro para a Prefeitura de Porto Alegre e para o povo de Porto Alegre. Custa muito dinheiro e tem uma tarifa muito melhor que as demais empresas. Então o que havia necessidade, ainda que o Ver. Castan discorde, o que havia necessidade era de racionalizar, era de planejar, era de juntar Executivo e Legislativo e obrigar a um sistema de transporte melhor. Nós temos mais ônibus nesta Cidade do que é necessário. Não temos racionalização. Nos falta planejamento.
Em 1963, como Secretário de Transporte eu fiz o primeiro Plano Diretor de Transportes para esta Cidade. Depois veio o Projeto Transcol, e nós continuamos não aplicando aquilo que foi planejado. Nós continuamos não tendo a solidariedade de Executivo e Legislativo para organizar.
Em 1984 Executivo e Legislativo fizeram intervenção nas empresas durante 4 dias. Levantaram o que havia de problema, o que era possível fazer. Mas o que nos movia, o que move cada um dos 33 Vereadores, tenho certeza, é o desejo de solucionar os problemas. Nós não queremos criticar por criticar, nós não queremos criar problemas para o Sr. Prefeito Municipal. Agora, o que nós não aceitamos, eu pelo menos não aceito de maneira nenhuma é ser agredido sem nenhuma razão por Sua Excelência o Sr. Prefeito, que é o meu Prefeito, porque eu sou um homem que jurou cumprir a Lei Orgânica juntamente com os outros 32 Vereadores no dia 1º de janeiro deste ano, aqui nesta tribuna, mas não vou aceitar tranquilamente mais uma, pequena que seja, agressão de S. Exª o Sr. Prefeito. Agradecido.
(Não
previsto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Para uma Comunicação de Liderança, com a palavra o Ver. Vieira da Cunha.
O SR. VIEIRA DA CUNHA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Bancada do Partido Democrático Trabalhista não poderia deixar de ocupar esta tribuna para repudiar com veemência as informações distorcidas e inverídicas que a Frente Brasil Popular tem noticiado em rede nacional de televisão sobre o programa educacional do Governo Collares durante os três anos em que administramos em Porto Alegre. Todos se recordam que alguns dias atrás, este mesmo programa, de responsabilidade do PT, usou os meios de comunicação de todo País para dizer que Olívio Dutra em apenas oito meses construiu seis escolas em Porto Alegre. Esta informação foi classificada por representantes do próprio Governo, aqui na Câmara, como um equívoco. Nós do PDT classificamos como um equívoco injustificável. Quando todos nós, em nome do respeito à Nação Brasileira, em nome do respeito à informação correta ao eleitorado brasileiro, esperávamos que a Frente Brasil Popular usasse o seu espaço para dizer que tinha se equivocado e que Olívio não construiu, na verdade, um metro quadrado, sequer, de escolas em Porto Alegre, mas que se limitou a colocar em funcionamento os CIEMS, construídos na Administração do PDT em Porto Alegre. O que assistimos na segunda-feira última, à noite, reprisado na terça-feira, ao meio-dia, em rede nacional de TV, foi mais uma vez a distorção de fatos ao focarem dois Projetos de escola da Administração Collares, em que se colocou o contrário do que afirma o Ver. Adroaldo Corrêa. Ao invés de se inaugurar, lançaram-se pedras fundamentais de obras, que só não foram levadas adiante pela incompetência do PT, que sequer conseguiu terminar o Ginásio de Esportes, praticamente concluído, que não deu seguimento a uma obra sequer, que estava em andamento em Porto Alegre. Pois aquelas duas escolas focadas pelo PT, contra aquelas informações distorcidas, nós aqui queremos reafirmar, e não precisaríamos fazê-lo em Porto Alegre, mas reafirmamos que construímos doze CIEMS em Porto Alegre, outros cinco praticamente concluídos, ao todo são dezessete e este é o número que nós sustentamos, dezessete CIEMS, doze concluídos e cinco praticamente concluídos, em Porto Alegre, cujos nomes e localizações nós podemos fornecer a qualquer Vereador. Mas continuamos esperando os endereços das seis escolas construídas por Olívio Dutra em Porto Alegre. E não vamos aceitar estas distorções, estes equívocos injustificáveis do PT em rede nacional de tevê, quando, na abertura oficial de seu programa, diz que os CIEMS, em Porto Alegre, entre outras barbaridades, foram transformados em dois turnos por exigência da população, quando eu pessoalmente participei de reuniões na Vila Elizabeth, em que todos, sem exceção – e trago aqui, inclusive, o testemunho do Ver. José Valdir, naquela zona – todos, pais, alunos, crianças, queriam a continuidade do turno integral. Inclusive a diretora do CIEM, dizendo que, lá, naquela região, não havia alunos excedentes que justificassem a transformação em dois turnos do CIEM. Pois, mesmo assim, o Prefeito Olívio Dutra transformou aquela escola em escola de dois turnos, num retrocesso inaceitável com a população da Vila Elizabeth e com a população de Porto Alegre. Portanto, eu finalizo dizendo que não vamos aceitar mais esses equívocos injustificáveis, para não dizer essas mentiras do PT em rede nacional de televisão. Dizer que ouve a comunidade? Até pode ouvir! Mas de que adianta ouvir a comunidade se o Prefeito se faz de surdo e não acata as decisões desta comunidade, quando chamado a opinar? Foi o que aconteceu na Vila Elizabeth, é o que está acontecendo em Porto Alegre, o que temos aqui é uma falsa participação popular, é um arremedo de democracia na Cidade; na verdade, o PT tem imposto, de cima para baixo, o seu desejo, e não tem ouvido as reivindicações da Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
previsto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em Tempo de Liderança, com a palavra o Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, inicialmente vamos também lamentar as declarações imprecisas e infelizes do Prefeito Olívio Dutra que não são muito compatíveis com a função de uma autoridade, de um Prefeito de uma cidade como Porto Alegre, com a responsabilidade que tem S. Exª em relação à vida, ao local onde moram mais de um milhão e meio de almas. Não são felizes as colocações, e diria que são colocações estimuladas fortemente pela emoção, e as emoções, às vezes, não condizem com a boa administração de uma cidade como Porto Alegre. Lamento, profundamente, que o Sr. Olívio Dutra tenha tentado mascarar, ou desviar da atenção pública o cotejamento que se fazia, rigorosamente, com a decisão da Câmara de Porto Alegre, a opinião pública e a ação da Prefeitura nos transportes coletivos de Porto Alegre. O Prefeito dizer que as coisas estão bem a nível de transporte coletivo em Porto Alegre, não teria como fazê-lo. Dizer que a culpa é da Câmara, quando o Prefeito perdeu a grande oportunidade, democraticamente, de levar no bojo das intervenções a solidariedade e a participação da Câmara. Se alguém traiu alguém, foi exatamente o Prefeito que traiu esta Casa. Não tinha por que o Prefeito tratar a Câmara de Porto Alegre como um ente estranho à vida da Cidade. A Casa toda aplaudiu a intervenção. Custava alguma coisa o Prefeito convocar a Câmara e falar com os Vereadores para comunicar-lhes o seu desejo ou a sua ação? “Srs. Vereadores estou intervindo em tais empresas.” Qual o problema? Quem deu as costas à Câmara de Vereadores foi exatamente o Prefeito. E o Prefeito não pode responsabilizar a Câmara pelos seus insucessos, pelas suas incompreensões e pela sua falta de experiência no trato da coisa pública.
Rigorosamente, não transfira aos
Vereadores a inexperiência. Não transfira aos Vereadores a incompetência. Não
transfira aos Vereadores as responsabilidades que eles não quiserem partilhar
convosco num primeiros momento. A Câmara esteve lá, uns dois ou três dias antes
da intervenção, falando com o Prefeito Olívio Dutra, diante do impasse nos
transportes coletivos. A Câmara ficou no Salão Nobre da Prefeitura. E o
Prefeito, a portas fechadas, se reuniu com os empresários. Não venham inverter
os fatos. Quem se reuniu a portas fechadas com os empresários e ao longo das
noites que se sucederam a esta história de intervenção não foram os Vereadores,
foi exatamente a Administração, a cúpula da Administração do PT. Agora vem-me
dizer que os Vereadores são culpados. Quem transacionou com os empresários do
transporte coletivo na calada da noite na residência de empresário, Dr. Luiz
Otávio Vieira, não foram os Vereadores, foi a cúpula administrativa do PT.
Padece de autoridade moral o Prefeito para fazer uma acusação genérica inconcebível,
irrefutável, inconseqüente, despreparada e intempestiva. Está chegando o
momento do Prefeito entender que esta Casa não deve ser desconsiderada como ele
a tem desconsiderado. Se alguém trabalhou com os empresários foi exatamente a
cúpula do PT, que se reunia na Casa do Dr. Luiz Otávio Vieira para decidir os
destinos do transporte coletivo. Eu gostaria que o Prefeito e sua cúpula
estivessem decidindo com a Câmara e com a comunidade, mas nunca numa residência
de um empresário, na calada da noite. E agora vem dizendo que os Vereadores são
os responsáveis. Como dizia o Ver. Lauro Hagemann “tem lingüiça embaixo desse
angu”. Muito obrigado.
(Não
previsto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Comunicação de Liderança com o Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu pensei que nesses nove meses em que estive afastado desta Casa o Ver. Clóvis Brum tivesse melhorado, mas, pelo jeito, piorou. Agora ele precisa de ponto para o discurso, um assopra daí ele repete aqui em cima. Talvez sejam os futuros acordos do PMDB com o PFL, e outras coisas desse tipo. Em todo o caso faz parte do jogo democrático. Mas quando ouço esse tipo de discurso do Ver. Clóvis Brum eu me lembro do grande animal bovino, ele regurgita, regurgita e não consegue engolir. Ele acusa, acusa e não consegue provar. Faz nove meses que ele discursa todos os dias a mesma coisa, só que não provou nunca o que ele diz. A Câmara possui no mínimo há sete meses, documentos, notas fiscais, relatórios enviados pela Administração e não foram cartas anônimas ou coisa desse tipo, foram enviados pela Administração, respondendo Pedido de Informações que o Vereador cita e ainda não trouxe; eu queria ver as notas, Vereador, vamos discutir, vamos ver quanto dá o cálculo do almoço, eu queria ver o senhor comer com este dinheiro, e continuar com esse peso.
(Apartes anti-regimentais.)
Ver. Clóvis Brum diz assim “transacionou na madrugada”, então vamos refletir sobre isso. Quem transaciona, transaciona alguma coisa. O que, Vereador? O que foi transacionado? Porque, se nós tivéssemos transacionado, talvez até a intervenção tivesse terminado, mas ele continua; quem sabe dinheiro dos ônibus que estão faltando na renovação; concordo com o Ver. João Dib: não precisamos de mais ônibus nesta Cidade. Aliás o Sr. João Dib conhece o assunto, tenho que dar a mão à palmatória, não faltam ônibus na Cidade, falta planejamento. E o que o fez o PDT nos três anos na Prefeitura que não planejou o transporte coletivo? E nós estamos terminando a medição de linha que, ao longo de três anos da Administração do PDT não foi feita. E, concluindo, Ver. Vieira da Cunha, V. Exª não foi Secretário dos Transportes. O Ver. Castan também não foi Secretário.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa apela aos Srs. Vereadores para que mantenham a calma em Plenário e o orador que está na Tribuna em tempo de Liderança. Fazia quatro minutos do seu tempo quando foi interrompido por 15 segundos. Agora por mais 21, conseqüentemente 40 segundos a mais V. Exª tem.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Muito obrigado pela bondade de V. Exª. Eu quero dizer o seguinte, Sr. Presidente: concordo com o Ver. João Dib, e o Planejamento da SMT está muito claro; até o final do ano as medições de cada linha de ônibus já feitas mais o censo de novembro nos darão exatamente a última etapa do planejamento de remanejamento, replanejamento, racionalização de linhas que desde quatro anos pelo menos não era feito.
Sobre a questão educacional, eu podia ler um belo artigo aqui do Jornal do Brasil que dos 500 CIEPs do Rio, 161 ficaram em funcionamento, 219 ficaram só com obras, de que alunos matriculados em Escolas de 1º Grau conseguiu baixar, tomando um parâmetro de 79 de 100%, conseguiu baixar para 86,9%. Jornal do Brasil, Ver. Vieira da Cunha, não é do Sr. Roberto Marinho, que eu saiba, a não ser que ele o tenha comprado e não me comunicou. E que em relação a 100 casas da criança tão anunciadas através de imóveis vendidos aqui na Cidade de Porto Alegre, realmente não se tinha concluído nenhuma no final do ano passado. Mas eu deixo isso para uma próxima intervenção, porque realmente não queria deixar sem registro esta questão do transporte. Mas fica aqui o desafio ao meu caro Ver. Clóvis Brum, traga as notas, vamos fazer a matemática. E eu desafio, Vereador, eu e o senhor vamos passar lá trabalhando na intervenção vamos ver se nós conseguimos sobreviver com aquele dinheiro que o funcionário da Prefeitura sobreviveu naqueles dias da intervenção. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Próximo orador em Comunicação de Liderança, Ver. Artur Zanella do PFL.
O
SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu creio que esse
assunto na exata acepção das declarações do Sr. Prefeito Municipal não deveria
ser tratado aqui, porque o Sr. Prefeito reclama dos Vereadores que estão
explorando a Carta e os 3 Vereadores que aquele dia falaram sobre esta
malfadada carta, e eu fui um deles, o fizeram com o maior respeito e
ressalvando a posição do Ver. Antonio Hohlfeldt. Mas já que o Ver. Antonio
Hohlfeldt coloca-se nesta posição de discutir, vamos discutir. E já que o
Vereador cita jornais, eu também vou citar jornais. O Ver. Antonio Hohlfeldt
informa que entregou a carta para o Dr. Olívio Dutra e para o Ver. Flávio
Koutzii e a outra cópia ficou com ele. Já que se cita jornais, o Correio do
Povo, hoje, assinado pelo Sr. Políbio Braga, diz que a carta é uma armação
feita pelo Sr. Flávio Koutzii, Líder do PT desta Casa, que recebeu a cópia da
carta. Então, já que estamos falando em jornal, temos que colocar a questão inteira.
Há uma acusação, que não é velada, é uma acusação assinada, de que o Sr. Flávio
Koutzii e seus xiitas montaram esta armação para cima do Sr. Antonio Hohlfeldt
visando tirá-lo da Secretaria Municipal dos Transportes. Diz o Sr. Prefeito, o
que eu também não acredito, que o Ver. Antonio Hohlfeldt discordava da política
sobre o transporte coletivo, mas nunca deixou de cumpri-la. Eu não acredito que
o Ver. Antonio Hohlfeldt fosse contra uma coisa e fizesse o contrário. Não é do
Vereador que ficou 6 anos aqui brigando sozinho contra tudo e contra todos. E
já que o Vereador quer discutir o assunto, vamos discutir. O Sr. Prefeito
Municipal entregou para a Justiça um trabalho dizendo que a SOPAL estava
devendo para a Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Não é o que diz a carta do
Ver. Antonio Hohlfeldt. O Ver. Antonio Hohlfeldt, na sua carta, que eu tinha,
Ver. Gert, há questão de mais de 10 dias aqui e não quis usar, hoje vamos
discutir. (Peça para o Ver. Flávio Koutzii, que tinha a carta.) Na carta diz o
seguinte: “desapropriação da SOPAL, que conversou com o Dr. Enno, a ação está
pronta, pode entrar em seguida. Mas com que dinheiro vamos conseguir pagar as
dívidas e comprar os ônibus?” Os ônibus da SOPAL no final de semana cada vez
aparecem mais quebrados, continua achando loucura, não vejo a saída”. Então, se
eu fosse advogado da SOPAL ou de qualquer empresa – mas nem advogado eu sou – e
tivesse nas mãos isso aqui, do Sr. Secretário de Transportes, dizendo que não
tem dinheiro para pagar – quando o Prefeito diz que não precisa pagar nada – e
que é uma loucura a desapropriação da SOPAL, seria a maior arma que um advogado
teria nas mãos. Isso aqui vai ajudar a enterrar mais o Município, se um Juiz
receber isso aqui, com o responsável pela Secretaria Municipal de Transportes
dizendo que é uma loucura a desapropriação da SOPAL e que não tem dinheiro para
pagar. Nas outras ações judiciais, diz o Sr. Prefeito Municipal que as
intervenções são técnicas, são bem planejadas e bem estudadas. Não é o que diz
o Sr. Antonio Hohlfeldt. Diz que é “uma cumbuca, que o Prefeito perdeu o
controle, que ninguém sabe o que fazer lá dentro, que todo mundo se mete e dá
palpite” e isso vai ajudar a enterrar mais a Prefeitura. Daí, a pergunta: “O
que queremos, enfim, fazer?” Então, essa não é a carta de um Secretário que
controla tudo, é a carta de um Secretário que não controla nada. E ninguém aqui
explorou essa carta, a menos que eu tenha visto. Nós colocamos que até éramos
solidários com algumas das idéias do Ver. Antonio Hohlfeldt, agora, no momento
em que o Sr. Prefeito Municipal, estapafurdiamente, faz esse tipo de agressão
sem nominar ninguém, acho que está tentando, já, justificar certas medidas que
ele vai adotar. Hoje, nós vamos demonstrar que não temos nenhum problema administrativo
com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, nós queremos é o bem desta Cidade.
Fizemos todo possível para votar hoje – e vamos votar – recursos do DMAE, o
DMAE precisa, tem que pagar seus funcionários. Ninguém vai discutir, tenho
certeza, o mérito do Projeto, agora, o Dr. Olívio Dutra que nos perdoe, quem
está fazendo negociação com os empresários sem que a população saiba e sem que
seus Vereadores saibam é ele ou seus prepostos, na casa do Dr. Luiz Otávio
Vieira. Já que o Ver. Antonio Hohlfeldt disse que eu servi de ponto para o Ver.
Clóvis Brum, vou repetir, foi na casa do Sr. Luiz Otávio Vieira e duvido que os
Vereadores soubessem desses convescotes regados a uísque, à noite, na casa do
ex-Presidente da FIERGS. Sou grato.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, desejo consultar a Mesa,
tendo em vista ser esta minha primeira Legislatura, se, segundo estabelece o
Regimento Interno, não cabe aparte quando o orador está utilizando Tempo de
Liderança.
O SR. PRESIDENTE: Não, não cabe aparte.
O SR. EDI MORELLI: O que essa platéia está vendo lá atrás é uma
palhaçada, todo mundo fala, todo mundo grita na mesma hora, cada qual quer
aparecer mais. Está-se abrindo um precedente para ninguém mais ter condições de
falar naquela tribuna.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe a Questão de Ordem do Ver. Edi
Morelli.
Sobre
a mesa, Requerimento formulado pelo Ver. Clóvis Brum, no sentido de que seja
invertida a Ordem do Dia, passando esta para o primeiro ponto dos trabalhos,
logo após a Pauta e, a seguir, o Grande Expediente.
O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente, gostaria, consultando o
interesse do Plenário, bem como do Ver. Clóvis Brum, de propor que a alteração
se desse com a realização da Pauta em primeiro lugar e depois a Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa lembra a V. Exas que o
Projeto de suplementação de verbas está inserido na Ordem do Dia e que há uma
série de funcionários do DMAE que estão aqui presentes aguardando a votação do
Projeto e lembra que, hoje, a Pauta envolve a segunda discussão do Orçamento.
A
Mesa pergunta ao Ver. Clóvis Brum se ele mantém o seu Requerimento?
O SR. CLÓVIS BRUM: Mantenho o Requerimento, Sr. Presidente,
primeiro a Ordem do Dia e após a Pauta.
O SR. ARTUR ZANELLA: Se o Ver. Adroaldo Corrêa mantiver o seu
Requerimento, eu gostaria de discutir.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa coloca em votação o Requerimento do
Ver. Clóvis Brum no sentido de que, primeiro, seja apreciada nesta tarde a
Ordem do Dia e, em segundo lugar, a Pauta. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A Mesa informa que o Ver. Adroaldo Corrêa
retirou o seu Requerimento.
Suspendemos
os trabalhos para darmos início aos trabalhos das Comissões Conjuntas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h08min.)
O SR. PRESIDENTE (às 15h15min.): Solicito ao Sr. 1º Secretário que faça a
chamada para a verificação de quórum.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Faz a chamada nominal.) Há quórum, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Passamos à
ORDEM DO
DIA
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO – URGÊNCIA
PROC. Nº 2636/89 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 049/89, que autoriza a abertura de créditos suplementares no valor de NCz$ 33.980.421,00, no Departamento Municipal de Água e Esgotos e dá outras providências.
Parecer Conjunto:
- da CJR, CFO e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Vieira da Cunha: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Com a palavra, o Ver. Clóvis
Brum, para discutir.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acredito,
Sr. Presidente, que não era necessário abordar qualquer tópico da matéria, até
porque é um dinheiro que vem por excesso de arrecadação, uma verba que teria
que ser aplicada aqui ou acolá.
Mas,
conversando com um funcionário público do Município, quando vinha para esta
Casa, recebi um apelo do funcionário. Como este Projeto, quase na sua
totalidade, grande parte dos recursos se destinam a pagamento de pessoal, por
isso até pedi a inversão da Ordem do Dia para que se pudesse votar. E quero,
também, apelar às lideranças da Casa no sentido de se viabilizar o quórum de
2/3, para que se possa votar, de presentes no plenário. Ainda que seja a
maioria absoluta é necessário 2/3 dos Srs. Vereadores. Não sei quantos oradores
irão discutir, mas me parece que a discussão não será longa.
Mas,
falava que quando vinha para a Casa recebi quase que um apelo de um funcionário
público, modesto motorista do Executivo, dizendo que gostaria muito que o
Executivo pudesse pegar os funcionários ainda nesta Semana, para que no sábado,
dia do Funcionamento Público, pudessem eles passar um dia mais alegre.
Neste
sentido, estamos viabilizando, Ver. Adroaldo Corrêa – V. Exª me acena
positivamente, que o Executivo, provavelmente, fará este pagamento ainda neste
semana – e diz o Ver. João Dib que também é a solicitação dele.
Então,
neste sentido parece que a Casa marcha unida, dando condições para que o DMAE
possa pagar seus funcionários ainda esta semana, porque o dinheiro já está em
caixa. Eu só pediria ao Sr. Diretor do DMAE que, numa outra abertura de
crédito, pudéssemos ver contemplado um maior recurso para obras de ampliação de
redes, que seria importante. Eu vejo que ampliação de redes deve ter 3 ou 4
milhões, numa rubrica 3 e em outra 1 milhão. Isso é muito pouco para nós que
vamos dispor de 33 milhões.
Então
eu gostaria de ver em um outro crédito especial, que se pudesse aplicar mais em
termos de rede água. E eu ficaria muito feliz e até não viria tanto à tribuna
discutir matéria desta iniciativa e deste conteúdo, quando pudesse constatar
que em cada cruzado que a Prefeitura iria suplementar teríamos, no mínimo 30,
ou 40 centavos destinados a obras de ampliação e melhoria das redes.
Nós
vamos votar favorável, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, na certeza de que os
funcionários de DMAE terão o seu salário, ainda no decorrer desta semana, para
que possam comemorar o dia do funcionalismo, que é sábado, com o seu salário já
percebido.
E
mais, Sr. Presidente, Ver. Antonio Hohlfeldt, V. Exª que retorna a esta Casa
depois de um longo e tenebroso inverno, como diria o poeta, retorna ao lar
paterno, saiba Vereador que aquilo que eu não pude ingerir e nem o que V. Exª
pôde vomitar, tem-nos unido em alguns pontos. Nós estamos aqui hoje votando uma
matéria da responsabilidade do Executivo, até defendendo a matéria pela
competência, pelo trabalho que desenvolve o DMAE, que nós já defendemos quando
se instalava aqui o famigerado Projeto Rio Guaíba e o meu voto foi contra o
Projeto Rio Guaíba, porque eu sabia que o Projeto Rio Guaíba era um avanço em
cima das economias do DMAE. Estão aí as redes da CORSAN implantadas no
Município para arrecadar dinheiro do povo de Porto Alegre e mandar este
dinheiro para o interior do Estado. De maneira, Sr. Presidente, que nós estamos
votando a favor do DMAE e votaremos sempre favorável ao DMAE e não podemos
permitir que esta Autarquia que está funcionando bem entre no rol daquelas que
hoje estão funcionando mal, muito mal.
Votamos
favorável, na certeza que os recursos para ampliação de redes sejam
triplicados, de que 10% em ampliação de rede d’água, quando o órgão que trata
exatamente do fornecimento d’água em Porto Alegre abre um crédito especial de
33 milhões, destinando apenas quatro para extensão de rede d’água. Não pode o
PT exigir que não registremos aqui esse assunto que achamos importante e
oportuno. Tenho certeza de que a direção do DMAE, nos próximos pedidos de
crédito especial e suplementações, haverá de levar em consideração a
necessidade de se ampliar, porque sei que em muitas vilas populares desta
Cidades milhares de famílias ainda não têm a sua rede d’água fornecida pelo
DMAE. Concluo, Sr. Presidente, dizendo que votamos com o Projeto do Executivo,
na esperança de que o Executivo efetue o pagamento de seus funcionários ainda
nesta semana e esperando que, nos próximos projetos, tenhamos contemplados
maiores recursos em termos de obras de extensão de rede de fornecimento de
água.
Finalmente,
comunicamos ao Ver. Antonio Hohlfeldt que lamentamos a ausência do Líder do PT.
E eu sei que ele não está presente por um problema de doença. Hoje pela manhã,
quando conversamos sobre este Projeto, ele me transmitia isto aí, mas disse-me
que ficariam os demais Vereadores, e também o Ver. Antonio Hohlfeldt,
convocados pelo Prefeito para defender, aqui nesta Casa, as votações em torno
dos Projetos do Executivo. E vejo que, nisto, o Ver. Antonio Hohlfeldt
demonstra competência, que já retira nesta tarde, aprovado, o seu grande
Projeto, que é o do DMAE. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Tenho dito
que ao homem público cabe ter sensibilidade e capacidade de resposta, e acho
até que tenho sensibilidade, tanta sensibilidade que, de repente, ouço falar em
escolas, mais escolas que o PT tomou do PDT, e lembro um relatório dos anos de
1985 e 1986, em que o Prefeito Collares fez os dois, 1985, na minha
administração, mas em 15 de maio eu não estava aqui, e cabia a ele fazer.
Então, tem quatro escolas, Escola de 1º Grau Parque Santa Fé, custou 347.017
cruzeiros, feito na Administração João Dib, e colocado como se fora feito na
Administração Collares; Escola Municipal de 1º Grau Governador Ildo Meneghetti,
345.981 cruzeiros, feito na Administração João Dib, e colocado como se fora
feita na Administração Collares, nenhuma centavo a mais foi gasto; Escola
Jardim Ipu, 343.012 cruzeiros, feita na Administração João Dib, e colocado como
se fora feita na Administração Collares, nenhum centavo colocado; Escola
Venezuela, 343.450 cruzeiros, concluída na Administração João Dib, nenhum
centavo colocado pelo Prefeito Collares, e no dia em que ela inaugurava eu ia
chegando, quando ele alterou o discurso, dizendo: “Está chegando aí, aliás, o
Prefeito João Dib, que foi quem construiu a escola, eu apenas estou
inaugurando”. Agora, tem mais três escolas que estavam quase prontas, e ele
concluiu. Eu dizia que a um homem público cabe sensibilidade e capacidade de
resposta e esta sensibilidade eu me orgulho de ter, e é tão grande a minha
sensibilidade que me entristece que os funcionários do DMAE estejam hoje, aqui,
para pressionar esta Câmara para que se vote o projeto suplementar que se
discute. Havia dito, ontem, ao Ver. Koutzii, e pedido ao Ver. Braz que se não
estivesse em primeiro lugar para ser votado, que fosse colocado, porque, na segunda-feira,
durante quatro horas, nós discutimos para votar três projetos, e eram nove,
seis ficamos devendo. Então, esta sensibilidade eu tenho, este amor ao DMAE
tenho demonstrado. E é claro que nós vamos aprovar, é uma suplementação de
verba, e uma aplicação condigna da verba arrecadada a mais. Mas por esta
sensibilidade eu fico triste que tenha que haver pressão, mesmo porque o Sr.
Diretor do DMAE imagino que tenha telefonado para todas as lideranças, não
tenho sido muito bem tratado por ele, mas telefonou para mim e recebeu a minha
concordância imediata e disse a ele que nós votaríamos de qualquer jeito, hoje,
porque o funcionalismo precisa receber e não há recursos nas rubricas do
Orçamento. Claro que há dinheiro, porque o dinheiro inclusive esteve no sistema
financeiro da Cidade, buscando rendimentos, sem dúvida nenhuma, correto, e eu
também fiz isto quando era Diretor do DMAE, não tenho nenhuma crítica. Então,
realmente, nós vamos aprovar, e acredito que seja por unanimidade a aprovação
porque não tem outra coisa a fazer, nós somos obrigados até a fazer isto, até
por uma questão de dignidade, mas eu não deixo de dizer que eu fico triste
pensando que nós precisamos ser pressionados.
O Sr. Artur Zanella: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Já em reunião feita com V. Exª foi definido o nosso voto. O problema
todo é conseguir os 2/3 junto aos que estavam ai.
Mas
já que V. Exª coloca que não tem sido bem atendido em algumas coisas, eu vou
apelar aqui para que no bairro em que eu moro, o Mont’Serrat, tenha água à
noite. Faz semanas que não tem água à noite. A água escorre aos pouquinhos. E
os vizinhos têm-me procurado para ver se conseguem água naquele local.
O Sr. Antonio Hohlfeldt: A água tem ido para a Restinga, Ver. Zanella.
O Sr. Artur Zanella: A Restinga não precisa, porque quando eu era
do DEMHAB eu construí lá o maior reservatório da Cidade, com o recurso do Banco
Nacional da Habitação e que depois não foi ampliado.
O SR. JOÃO DIB: Quando eu disse que havia conversado com o
Ver. Flávio Koutzii e o Ver. Luiz Braz, também havia falado com o Ver. Artur
Zanella que concordava que nós deveríamos colocar em primeiro lugar a votação,
mesmo porque se há um órgão que orgulha a Administração Municipal chama-se
Departamento Municipal de Águas e Esgotos, que tem mais prestígio talvez fora
de Porto Alegre do que em Porto Alegre. É um órgão que tem prestígio
internacional. E nós não podemos esquecer que nós temos orgulho disto como
cidadãos, porque para Porto Alegre é muito importante ter um órgão que, à
semelhança da Secretaria Municipal dos Transportes, já que o Ver. Antonio
Hohlfeldt não está aí, tem o respeito do Ministério dos Transportes, só que o
DMAE tem um pouquinho mais, tem força, tem o respeito da Organização Mundial de
Saúde, e isto é maravilhoso.
Então
eu tenho a certeza de que o projeto será aprovado pela unanimidade dos
Vereadores presentes. Sou grato.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Solicito que o Ver. Adroaldo Corrêa, 3º
Secretário, assuma a Presidência dos trabalhos para que este Vereador faça uso
da palavra.
O SR. PRESIDENTE (Adroaldo Corrêa): Com a palavra, o Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta é uma
suplementação daquelas que, pelo tipo de suplementação, evidentemente que
requer uma votação automática e apela até para que os Vereadores da Bancada
situacionista venham a integrar o quórum necessário, por força do artigo 70,
que é de 2/3, já com a preocupação diligente do Assessor Legislativo, o Sr.
Secretário do Governo que já se preocupa em buscar os 2/3, por que a Bancada
situacionista não gosta de esquentar muito o banco. Mas se entende. Sr.
Presidente e Srs. Vereadores este é um Projeto, como disse, que trata da
suplementação de verbas do pessoal do DMAE, aliás, a gente tem que ter muito
cuidado, porque de vez em quando o pessoal da Bancada situacionista é rápido
demais, é um pessoal novo, agora abrilhantado pela antigüidade do Ver. Antonio
Hohlfeldt, que já tem experiência de seis anos de mandato, no seu segundo
mandato, porque esses dias passou aqui um Projeto que eu acho que mereceria o
mesmo cuidado que o da Carris, o que fez com que o Ver. Nelson Castan
requeresse a baixa do processo em diligência ao Executivo Municipal para que
prestasse algumas informações. Esse era o que tinha que se ter cuidado e
passou, mas temos muita matéria para discutir até o final do ano, e com certeza
precisaremos de uma convocação extraordinária do Sr. Prefeito Municipal para
examinarmos os trabalhos, os projetos de natureza tributária que informam o
Orçamento, até porque se não votados este ano, não poderão vigorar no ano que
vem; agora o da PROCEMPA, que passou, Ver. Jaques Machado, é brincadeira, V.
Exª que é um homem de cenário, pois uma parte do dinheiro vai para a mudança do
lay-out da PROCEMPA, veja V. Exª, e o
resto para computador das fichinhas aqui do vale-transporte; era para isso que
era parte da verba da PROCEMPA. Acho que deveria ter sido examinado com mais
cuidado, mas o olhar oposicionista do Ver. Zanella mostra que daqui para a
frente vai ser diferente. Ver. Jaques Machado, lhe concedo o aparte.
O Sr. Jaques Machado: Ver. Isaac Ainhorn, vejo que V. Exª é um
Vereador sempre atento aos problemas existentes na Cidade e aos fatos que
ocorrem, principalmente, agora, quando temos obrigação de patrulhar a
Administração do PT, e que V. Exª está sempre acompanhando alguns deslizes que
vem acontecendo no Município. Mas, neste momento, eu lhe indago: qual é o
Projeto que V. Exª está discutindo?
O SR. ISAAC AINHORN: É o da suplementação, Vereador, de verbas no
valor de 33.980.421 para o DMAE.
O Sr. Jaques Machado: Isso será para a suplementação da folha de
pagamento dos funcionários. Está presente na Casa o Sr. Diretor, nosso amigo de
grandes jornadas, o Dr. Guilherme Barbosa, esta Casa sente-se honrada com sua
presença e pode contar com o meu voto em particular aos funcionários do
DMAE, como também a sua administração.
O SR. ISAAC AINHORN: Observa-se que a Administração está ficando
cuidadosa com os gasto públicos.
O Sr. Giovani Gregol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Isaac, para não deixar passar por julgado a sua afirmação a
respeito da sub-rotação de verbas da PROCEMPA, tudo está regularmente dentro do
legal, Vereador, a insinuação de V. Exª não procede, quanto à questão do
computador que V. Exª disse, das fichinhas, que para operacionalizar o sistema
e a venda de centenas, de milhares de fichas do Município é preciso usar este
computador, Vereador, V. Exª sabe isto tão bem quanto eu.
O SR. ISAAC AINHORN: Eu acho e aí eu concordo com V. Exª
plenamente, porque se os empresários usam, lá o pessoal da ATP usa, nós também
devemos usar. Agora só que nós nos apressamos demais para pagar as fichas, nos
apressamos tanto que o diligente Ver. Antonio Hohlfeldt, quando Secretário dos
Transportes, ele foi tão rápido que colocou antes dos computadores as placas e
as pessoas iam para a André da Rocha e não encontravam, porque já estavam as
placas e os computadores não tinham chegado. O diligente, rápido e veloz Ver.
Antonio Hohlfeldt.
O Sr. José Valdir: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) V. Exª diz que nós nos apressamos demais para pegar as fichas, eu acho
que nos apressamos pouco, porque acho que isso é tarefa que já no seu Governo
deveria ter sido levantada, essa é a primeira questão. A segunda, por falar em
fichas, eu até gostaria de saber como é que está essa questão das fichas que V.
Exª fala tanto.
O SR. ISAAC AINHORN: Eu gostaria de dizer a V. Exª que nós
entendemos a nossa compreensão de Governo, é que quem quer se estabelecer tem
que ter, Vereador, competência, senão não se estabeleça. Quem não tem
competência não se estabeleça. Então nós achamos que ainda não era o momento
oportuno, porque nós não queríamos prejudicar a população. Nós primeiros dirigimos
as nossas controvérsias da luta interna do Partido, não levamos a luta interna
para o âmbito das estruturas governamentais. Isso é uma questão nossa, lá no
nosso Partido. Nós não fazemos esse estilo de posição. É diferente, é uma outra
postura, nós não somos confederação, Vereador.
O Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Isaac Ainhorn, acho que o povo responderia muito bem à pergunta
do Ver. José Valdir. O povo diria que está muito mal, que deveria continuar
como estava, com os computadores deles até sem gastar. Eu até não sabia que
gastaram tanto, porque senão teria brigado muito mais.
O SR. ISAAC AINHORN: Pois nós deixamos passar, Vereador, mas daqui
para frente tudo vai ser diferente, até porque tem cada lingüiça embaixo desse
angu! Olha, Ver. João Dib, e a turma é rápida. É rápida e ligeira, mais do que
nós imaginávamos; em 10 meses, olha o que eles aprenderam!
O Sr. Artur Zanella: V. Exª permite? (Assentimento do orador.) O
Ver. José Valdir está perguntando como está a CPI das fichas. Informo, como
relator, que estou esperando a complementação dos documentos, principalmente
dos documentos referentes aos almoços que vieram como amostragem, não vieram
todos, o Judiciário ainda não nos encaminhou o processo e agora, a pedido do
Vereador, foi incluída no processo a carta do Ver. Antonio Hohlfeldt. Como S.
Exª disse que tinha mais duas cartas, nós não sabemos se vamos pedir essas duas
cartas ao Ver. Antonio Hohlfeldt, ao Prefeito ou ao Ver. Flávio Koutzii para
poder encaixar na CPI, que fica em função disso, que além das reuniões na Lei
Orgânica ficou atrasado, mas virá.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Isaac Ainhorn, seu tempo está esgotado e
V. Exª não discutiu o Projeto da tribuna. Inscreve-se o Ver. Ervino Besson, que
é o 3º inscrito. Está inscrito o Ver. Cyro Martini e o Ver. Vieira da Cunha,
que cedem seu tempo, em transposição.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o termo cede o seu tempo não
é correto. Cede a inscrição, não cede o tempo; o tempo não é cedido.
O SR. PRESIDENTE: Muito obrigado
pela correção, a Mesa está realmente aprendendo com V. Exª. O Vereador que se
inscreveu foi o Ver. Ervino Besson, que cede o tempo que teria direito pela
inscrição, a partir deste momento, ao Ver. Isaac Ainhorn para discutir o
Projeto em pauta, que não o fez no tempo anterior.
O SR. ISAAC AINHORN: Sinceramente, eu tenho a me surpreender com a
observação do 3º Secretário da Mesa de me ater ao Projeto. Efetivamente eu
estou-me atendo ao Projeto, agora, eu sou obrigado a fazer relações entre a
suplementação de verbas da PROCEMPA, da
CARRIS e de todos os aspectos daí decorrentes. E ainda bem que o Prefeito
mandou, porque só o que ele tinha que fazer era assinar. Essas coisas acontecem
ao natural, mesmo sem Prefeitura, mesmo sem Prefeito, porque, graças a Deus nós
temos aqui um homem que é testemunha disso pelo seu tempo de Prefeitura, o
quadro funcional da Prefeitura Municipal de Porto Alegre é de alta competência,
e que em algumas circunstâncias poderia administrar melhor talvez sem a
liderança política, sem o entrave dos comandos políticos. Talvez fosse mais
fácil administrar a Cidade. Aliás, o mesmo acontecia com a administração da
Prefeitura de São Paulo em relação à administração do ex-Prefeito Jânio
Quadros. Às vezes as coisas andam mais fáceis sem a liderança política, que
complica muitas vezes, embora nós achemos fundamental essa liderança política.
(Aparte inaudível). Nunca vi Vereador discutindo um Projeto aqui no Plenário e
vem dizer “quanta bobagem”. Nunca discutiu um Projeto, não esquenta banco aqui!
Aliás, diga-se de passagem, na época da Administração Collares, “O Povo no
Governo”, o Ver. Antonio Hohlfeldt discutia tudo, diligente na sua tarefa, no
seu afã oposicionista aqui nesta Casa. Mas tem justificativa, Vereador. Mas o
que surpreende em relação a todas essas suplementações é a demora, porque isso
já podia estar pronto para ser votado. Infelizmente os atrasos é que levam esta
Casa a atuar em urgência e com rapidez para responder às lacunas e ausências do
Executivo Municipal que, agora, está muito preocupado em colocar decalques nos
carros oficiais, dizendo: “Plano Semestral”. Do plano semestral só vi até agora
os decalques e as confusões das administrações, além desses pedidos de
suplementação que funcionam até sem Prefeito. Digo a V. Exas que me
surpreende a agilidade em colocar os decalques nos carros e, também, na
apresentação no chamado pacote fiscal. Esse pacote fiscal vai dar muito o que
falar! Até agosto próximo passado não tinha a Administração popular encaminhado
sequer um Projeto de relevância para esta Casa, começou com o Orçamento e o
pacote fiscal. Com isso, Srs. Vereadores, encerro minha intervenção. Sou grato.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Próximo orador é o Ver. Cyro Martini.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não poderia
deixar de comparecer a esta tribuna para abordar matéria tão relevante, tão
importante para os funcionário do DMAE. Quando o assunto diz respeito ao
funcionalismo, nós, que pertencemos ao quadro de funcionários do Estado
comparecemos para, com a nossa palavra, respaldar toda a reivindicação. Nós,
que somos funcionários públicos, que sofremos na carne as dificuldades
proporcionadas por um salário indigno das responsabilidades que temos, sem
dúvida temos que estar para apoiar, para ajudar todo o projeto que vise
minimizar a dor daqueles que padecem com um vencimento pequeno, um vencimento
indigno.
O Sr. Airto Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Vereador, até pelo adiantado da hora, não usarei da palavra, mas quero
que V. Exª faça das suas palavras as minhas.
O SR. CYRO MARTINI: É um risco que V. Exª corre, Vereador. Mas
quero de outra parte agradecer a presença no seu modesto gabinete do Diretor do
DMAE, Dr. Guilherme Barbosa, que me deu a honra de sua presença e me expôs a
respeito do Projeto e eu disse-lhe o que estou dizendo aqui, que sendo para o
bem do funcionalismo, como funcionário público estadual que sou, sempre estarei
junto. Mas não disse naquela ocasião e digo agora que gostaria de propor ao Dr.
Guilherme Barbosa que realize estudos no sentido de reparar um erro que ocorreu
no reenquadramento proporcionado pela reclassificação do funcionalismo do DMAE.
Eu não sei se a linguagem que estou usando é a linguagem técnica conveniente,
adequada, mas na reclassificação os funcionários que eram classificados na
condição de celetistas como profissionais na mecânica ou profissionais na
eletricidade, aqueles que eram eletricistas ou eram mecânicos ou exerciam
outras profissões foram reclassificados. No caso de mecânicos e eletricistas
foram reclassificados como auxiliares eletromecânicos e esta situação criou
para eles, sob o ponto de vista psicológico, um embaraço sério porque eles
foram psicologicamente rebaixados e profissionalmente também, porque da
condição de eletrônicos e eletricistas passaram para meros auxiliares, embora
toda e qualquer profissão, por auxiliar que seja, seja nobre e seja digna.
Então essa era uma observação e um pedido, uma reivindicação que faço, em nome
daqueles que me procuram nesse sentido, ao Dr. Guilherme Barbosa. Afora disso,
também sob o ponto de vista pecuniário, sob o ponto de vista do dinheiro, do
vencimento, eles caíram de faixa. Eles estavam, por exemplo, na faixa 5 e
caíram para a faixa 4, o que no curso do tempo levou-os a perder no vencimento.
É um pedido que eles me fizeram, acho justo sob o ponto de vista da
classificação, me parece indubitável que eles foram rebaixados na sua condição
profissional, então é o pedido que faço em nome daqueles que me procuram e dos
outros, certamente, que não me procuraram mas que têm a mesma aflição, a mesma
preocupação daqueles seus colegas. Então reitero o meu agradecimento, quando se
tratar de funcionalismo podem contar comigo porque nós somos funcionários e
podemos e sofremos essas dificuldades próprias de um salário de fome, de um
salário de miséria que é o que ganham os funcionários públicos a despeito de
alguns candidatos que andam por aí caçando alguns funcionários como marajás, a
maioria esmagadora. Muito obrigado pela atenção.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Próximo Vereador inscrito, Ver. Vieira da
Cunha.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente, estou requerendo aos
Vereadores inscritos, na eventualidade de que outros sejam inscritos após o
Ver. Vieira da Cunha, a possível serenidade nas suas manifestações, em atenção,
primeiro, aos funcionários do DMAE que esperam a votação do Projeto e segundo
que às 16h30min, em Sessão Solene, esta Casa estará homenageando o cinqüentenário
de Canoas e entregando o Titulo do Cidadão ao Prefeito Hugo Lagranha.
O SR. PRESIDENTE: Já havia feito este pedido, mas a Mesa
registra o Requerimento de V. Exª e devolvo-o ao Plenário para reflexão.
O SR. VIEIRA DA CUNHA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quando
discutimos, há pouco tempo, nesta Casa, a questão do Orçamento Municipal para
1990, vários jornalistas, emissoras de rádio e televisão entrevistaram este
Vereador na condição de Líder da Bancada do PDT, que é majoritária nesta Casa,
a respeito do que achava da posição da Administração atual de colocar o
Orçamento em discussão com a comunidade. Eu dizia naquela oportunidade, e
reafirmo agora quando votamos essa suplementação do DMAE, que era uma medida
democrática, salutar, mas que, ao contrário do que estavam querendo fazer crer
a população de Porto Alegre, não é aí que se garante, efetivamente, a
participação popular na utilização das verbas públicas do Município, porque
sempre disse, e reafirmo aqui, que o Orçamento Público, num país inflacionário
como o nosso, na verdade é uma peça de ficção. E hoje, votando uma
suplementação ao DMAE, em outubro de 1989, de mais de 30 milhões de cruzados
novos, na verdade é uma prova de que os Orçamentos, num país inflacionário como
o nosso, são uma peça de ficção. E não poderíamos deixar de emprestar o nosso
voto favorável, da Bancada do PDT, a este Projeto. Eu, inclusive, como
relator-geral do projeto, dei parecer favorável para aprovação. Agora, repito,
mais importante do que a comunidade ser chamada para decidir sobre Orçamento,
que ali adiante terá que ser modificado, é a comunidade ser chamada como foi no
governo do PDT para decidir sobre a efetiva aplicação dos recursos públicos. As
obras que fazíamos nos mutirões populares, nas vilas, quem decidia sobre a aplicação
desses recursos era a comunidade organizada, que elencava suas prioridades, que
decidia sobre a aplicação dos recursos públicos municipais.
Fica
clara a posição da Bancada do PDT de dar os seus votos favoráveis a esta
suplementação, e não poderia ser diferente, até porque 70% da suplementação é
destinada a pagamento de pessoal.
Não
poderia deixar de me manifestar sobre o que disse aqui o ex-Prefeito nomeado
João Dib, e atual Vereador eleito da Cidade sobre as obras educacionais do
Prefeito Collares. Vejam que aí também a aliança PT-PDS se faz sentir nesta
Casa, é uma aliança real, quando se trata de desmerecer as obras educacionais
do ex-Prefeito Collares em Porto Alegre. E para não deixar dúvidas trouxe até a
relação das obras, para que o ex-Prefeito João Dib não diga que são dele: 12
CIEMs concluídos em Porto Alegre: CIEM Larry José Ribeiro Alves, na Restinga;
CIEM Carlos Pessoa de Brum, na Vila Restinga Velha; CIEM Ludovino Fanton, na
Vila Restinga Velha; CIEM Martim Aranha, na Grande Cruzeiro; CIEM Loureiro da
Silva, na Grande Cruzeiro; CIEM Vila Lobos, na Vila Mapa; CIEM João Goulart, na
Vila Elizabeth; CIEM Lauro Rodrigues, na Vila Ingá; CIEM João Satte, no Parque
dos Mayas; CIEM Eliseu Pagliali; CIEM Especial, no Bairro Cristal. Doze CIEMs.
CIEMs em obras entregues à Administração incompetente do PT, que não tocou
essas obras: CIEM Sucupira Viana, na Restinga Nova, 50% da obra concluída; CIEM
Antônio Schutz, 65% da obra concluída; CIEM João Caruz, Centro de Preparação de
mão-de-obra, ali na Usina do Gasômetro, que só faltavam instalações elétricas.
O SR. PRESIDENTE (Lauro Hagemann):
Interrompo V. Exª para uma Questão de Ordem do Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. VIEIRA DA CUNHA: Se V. Exª me interromper, o tempo que eu
disponho não é suficiente para elencar todas as obras que o Prefeito Collares
fez em Porto Alegre, no campo da educação. E não posso admitir essa aliança
PT-PDS, nesta Casa, para denegrir a imagem de um governo revolucionário no
campo da educação em Porto Alegre.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, até pelo fato do Ver.
Adroaldo Corrêa na Mesa, e agora V. Exª, eu me sinto um pouco constrangido, mas
o Ver. Edi Morelli lembrava que parece que não se segue mais o regimento
Interno da Casa, eu quero saber qual o Projeto que estamos discutindo? Eu sabia
que era do DMAE, agora estão falando em educação. Eu dou a resposta no meu
tempo ao Vereador, depois no Grande Expediente, mas agora estamos discutindo o
DMAE, não sei se o Ver. Vieira da Cunha lembrou.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa lembra ao Vereador que se atenha ao
Projeto em discussão, Processo nº 2636 – Projeto de Lei do Executivo nº 049/89,
que autoriza créditos suplementares no DMAE e dá outras providências.
O SR. VIEIRA DA CUNHA: Eu só queria agregar à Questão de Ordem a
seguinte reflexão: ou nós discutimos o Projeto ou então temos que marcar uma
Sessão especialmente para discutir as alianças que o PDT fez com o PDS por este
interior afora.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa recolhe a Questão de Ordem do Ver.
Antonio Hohlfeldt e pede ao orador que prossiga o seu discurso.
O SR. VIEIRA DA CUNHA: Sr. Presidente, eu estou irresignado com esta
decisão da Mesa pelo simples fato de eu estar aqui exercendo um direito de
resposta num tempo que o Ver. João Dib, Vereador Eleito e ex-Prefeito nomeado,
usou desta tribuna também em discussão do Projeto do DMAE para fazer acusação
de que o Prefeito Collares havia inaugurado escolas construídas por ele. Eu
estou aqui dando a relação, dando a ciência ao ex-Prefeito nomeado João Dib das
escolas que o ex-Prefeito eleito Alceu Collares fez em Porto Alegre nos seus 3
anos de Governo. Eu preciso apenas de um minuto que me resta para terminar esta
relação de obras da Administração do PDT em Porto Alegre no campo da Educação.
Peço
a V. Exª que me conceda este minuto final, apenas para terminar de ler esta
relação, então eu concluo.
Escolas
totalmente reconstruídas, construção nova em Porto Alegre: Escola América, na
Vila Vargas; Escola Pepita de Leão, no Passo das Pedras; escolas ampliadas pela
Administração do PDT em Porto Alegre: Décio Martins Costa, na Vila Sto.
Agostinho; Liberato Salzano Vieira da Cunha, no Sarandi. Escolas que nós
deixamos com obras em andamento em Porto Alegre: Escola Emair do Amaral, no
Morro Santana.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa faz um apelo dramático a V. Exª, mas
V. Exª insiste em desviar-se do tema do processo que está em discussão. A Mesa
é obrigada, me desculpe, a cortar-lhe a palavra.
Está
encerrado o tempo de Vossa Excelência.
O SR. VIEIRA DA CUNHA: Eu vou concluir Sr. Presidente para dizer
apenas que era impossível mesmo eu descrever todas as obras que o Prefeito
Collares fez, em 10 minutos.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa já foi tolerante com o excesso.
O SR. VIEIRA DA CUNHA: Eu tenho certeza que V. Exª está
impressionado, não é o mesmo caso do seu candidato.
O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito, Ver. José Valdir,
para discutir o Projeto.
V.
Exª já concluiu o seu pronunciamento, me desculpe. Está concluído o
pronunciamento de Vossa Excelência.
É
muito difícil à Mesa conduzir os trabalhos nestas circunstâncias. A Mesa
concede tempo a V. Exª para que conclua o seu pronunciamento.
O SR. VIEIRA DA CUNHA: Eu sou grato a V. Exª e vou deixar clara aqui
posição da Bancada do PDT de dar o seu voto favorável a este Projeto de
suplementação do DMAE, principalmente em respeito ao seu funcionalismo, já que
70% dos recursos, repito, estão previstos para despesas com pessoal. Sou grato
pela condescendência da Mesa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Lauro
Hagemann): Próximo orador inscrito é o Ver. José Valdir.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, em respeito aos funcionários,
abro mão de responder aos Vereadores Isaac Ainhorn e Vieira da Cunha, por saber
muito bem distinguir entre o que é secundário e o que é principal.
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em Votação. Os Srs.
Vereadores que aprovam o PLE nº 049/89, permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre
a Mesa Requerimento de autoria do Ver. João Motta, solicitando seja o PLE nº
049/89 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação
Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. Nº 2370/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 133/89, de autoria do Luiz Machado, que dispõe sobre
a proibição do plantio das plantas da família das “EUPHORBIACEAE”. Com Emenda.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver.
Clóvis Brum: pela aprovação.
- da COSMAM. Relator
Ver. Giovani Gregol: pela rejeição.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Para discutir, com a
palavra o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, creio que
esta votação deveria ser deixada para outra oportunidade, pois acho que o quórum
está insuficiente, e apelo ao Ver. Vieira da Cunha para que analise melhor a
sua Emenda, pois ela invalida o Projeto, e por isso fiz questão de discutir,
ela torna proibido o plantio em algum tipo de logradouro “nos quais haja
trânsito intenso de pessoas, notadamente de crianças”, mas não tem como, Ver.
Vieira da Cunha, se definir qual é o que tem trânsito intenso, ou não, e pode
ocorrer, tranquilamente, que uma rua que, normalmente, não tenha trânsito
intenso, tenha em outros dias.
O Sr. Luiz Machado: V. Exª Permite? (Assentimento do orador.) Em
primeiro lugar, queria afirmar que o Projeto discutido, sobre a popularmente
chamada “coroa de cristo”, ou Euphorbiaceae, quis defender de possíveis
acidentes as crianças nos parques, que podem cair nos espinhos a qualquer
momento, e, principalmente, favorável ao Projeto, espero que V. Exª defenda o
Projeto, e questionar a Emenda é um caso da sua parte.
O SR. ARTUR ZANELLA: O Projeto eu creio que será aprovado por
unanimidade, eu sou a favor do Projeto. Eu peço ao Ver. Vieira da Cunha que
retire a sua Emenda porque vai criar um tumulto, Vereador, porque em local onde
passa criança não pode, então, eu acho que tem que se proibir de colocar em
Porto Alegre, em logradouros, a “coroa de cristo” que é um perigo para crianças
e para os adultos também.
O Sr. Vieira Da Cunha: V. Exª permite? (Assentimento do orador.) Eu
entendo a preocupação de V. Exª, mas eu faço um apelo para que V. Exª leia o
parecer do Ver. Giovani Gregol que era originalmente contrário ao Projeto de
Lei do Ver. Luiz Machado, exatamente porque o fundamento daquele parecer era de
que a proibição generalizada do plantio desta espécie não se justificaria, se
justificaria, sim, apenas naqueles pontos em que houvesse trânsito intenso de
pedestres, principalmente de crianças. E veja V. Exª que o artigo 2º deste
Projeto de Lei diz que a lei será regulamentada pelo Executivo Municipal. Então
o Executivo Municipal, num regulamento da lei, irá, ouvida a SMT e os órgãos
técnicos competentes, definir quais são estas vias e estes parques em que há
este trânsito intenso. Então é matéria, salvo melhor juízo, que não é para
preocupar o legislador e sim o Poder Executivo, a posteriori, num decreto que
regulamentará esta lei. A minha intenção foi exatamente tentar objetivar a
própria intenção do legislador original, que foi o Ver. Luiz Machado, que não
era a de proibir, genericamente, o plantio desta espécie, e sim de proteger as
crianças. Então, a Emenda vem exatamente neste sentido. Eu peço que V. Exª
tenha raciocínio em cima desta exposição, em cima desta exposição que lhe faço
e que vote favoravelmente ao Projeto, como eu votarei, mas também à Emenda.
O SR. ARTUR ZANELLA: Só que V. Exª, Ver. Vieira da Cunha, V. Exª
que é um jurista, sabe que regulamento não tem o poder de alterar o projeto e
ainda a Prefeitura discutir onde é que tem trânsito intenso, principalmente de
crianças, torna absolutamente inócuo, não consegue regularmente. E quanto à
recomendação do Ver. Gregol, eu já segui uma vez a recomendação do Ver. Gregol
e terminei sendo denunciado, junto com toda esta Câmara, na Justiça, pelo
desmembramento, pelo prejuízo do Jardim Botânico. Então, Ver. Gregol, com todo
o respeito, eu não sigo mais as suas recomendações. Esse dias ele me sugeriu
que se poderia pintar árvores com giz porque não era tóxico. Então, o Ver.
Gregol é um belíssimo Vereador mas ainda não é o meu guru nesta área.
O Sr. Edi Morelli: V. Exª permite uma aparte? (Assentamento do
orador.) É para dizer que o Projeto diz: “O Projeto objetiva prioritariamente
defender as crianças do perigo de se acidentarem com essas plantas que
normalmente são colocadas em áreas onde há grande circulação de pedestres”, é o
que consta na Exposição de Motivos. Eu pediria, reforçando o que o Vereador
diz, ao inteligentíssimo Vereador Líder do PDT para que retirasse a sua Emenda
para que nós possamos aprovar o Projeto, que tem fundamento.
O SR. ARTUR ZANELLA: Eu também estou junto com V. Exª, e lembrando
que Exposição de Motivos não faz parte do Projeto. O Ver. Vieira da Cunha está
criando um problema para a própria administração, porque não tem como
regulamentar isto. Tem que proibir; por onde passam crianças não tem que ter
espinhos “coroa de cristo”.
O Sr. Giovani Gregol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Vereador, eu estou inscrito para a discussão e vou explicar a minha
posição e a da minha Bancada, que é baseada na Assessoria Técnica da
Prefeitura, em especial da Secretaria do Meio Ambiente. Quanto a seguir minhas
recomendações ou não, Ver. Zanella, é uma pena que V. Exª não as seguiu, porque
legalizou, na Lomba do Pinheiro, como loteamento de luxo, não para moradia, uma
área que o Plano Diretor prevê como potencial de preservação permanente, que
continua lá irregular, ao contrário do que V. Exª disse que ia fazer. Uma pena
que V. Exª não seguiu as minhas recomendações. E quanto a ser guru não, tenho
nenhuma pretensão a ser guru, muito menos de V. Exª.
O SR. ARTUR ZANELLA: É uma dificuldade discutir com um Vereador
novel, novo, que não sabe o que está sendo votado nesta Casa, o que foi votado,
Vereador, no Projeto lá da Lomba do Pinheiro, no Projeto do Ver. Luiz Braz, foi
a possibilidade da aprovação de um loteamento pela administração; não
regularizou nada, não regulamentou nada, simplesmente deixou nas mãos do Dr.
Caio Lustosa, nosso querido Vereador que ocupa a Secretaria do Planejamento.
O Sr. José Valdir: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Os problemas não são os Vereadores novéis que o senhor falou, o
problema é entrar no novelo de alguns Vereadores velhos desta Casa, que fazem
um verdadeiro novelo, porque o que se aprovou lá foi um loteamento de alto
luxo, numa área de preservação, cometeu-se um verdadeiro crime com aquele
loteamento. Esse é o novelo que V. Exª faz.
O SR. ARTUR ZANELLA: Como eu não sou um Vereador velho, deve estar
se referindo a outro, não sei qual. Mas ter que explicar novamente para o Ver.
José Valdir, Ver. Gregol, principalmente às pessoas que nos escutam, que esta
Casa não aprovou loteamento nenhum em zona de rico, não regularizou loteamento
nenhum, o que esta Casa fez foi permitir à Prefeitura Municipal, que é
comandada pelo PT, do qual faz parte o Ver. José Valdir, Ver. Gregol, permitir
que esse Governo pudesse aprovar ou não um Projeto naquela área. É isso que
aprovamos naquela época; e agora a favor do Projeto do Ver. Luiz Machado e um
apelo ao Ver. Vieira da Cunha que retire a sua Emenda, porque com regulamento,
Ver. Vieira da Cunha, V. Exª não vai alterar a Lei, já bastam os regulamentos
do tipo dos conselhos populares que alteraram a Lei. Não tem como consertar
depois, e V. Exª poderá ser acusado de algum acidente que ocorrer nas ruas de
Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Giovani Gregol.
O SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero dar a
minha saudação às pessoas que estão aqui, alguns funcionários do DMAE, outros
que vão acompanhar a Sessão Solene em seguida e dizer como é incrível. Vocês
certamente estão pensando isso, eu sempre penso assim, a falta de objetividade
de alguns debatedores desta tribuna. Mas eu chamo a atenção que quando há muita
gente no Plenário, como hoje, alguns gostam de falar bastante. É incrível a
falta de objetividade. Já nos dias em que as cadeiras estão vazias, se é mais
rápido; não fiquem tão preocupados. Mas eu vou procurar me ater ao Projeto em
debate, eu não vou ficar dando listas de obras futuras, preteridas ou passadas.
Também não vou fazer como o Ver. Isaac Ainhorn, que até fez uma análise estética
muito apurada da cor dos adesivos que a nossa Administração coloca nos carros.
Eu me lembro que na Administração dele a Cidade toda estava cheia de placas “o
povo no governo”, não analisava as cores, aliás estava mais na placa do que no
Governo. Mas sobre o Processo nº 2370/89, de autoria do ilustre Ver. Luiz
Machado, eu gostaria de dizer que fui relator como Vice-Presidente que sou da
Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa, do projeto original do Sr.
Vereador. E dei o Parecer contrário como relator. Essa era a minha posição
inicial, a nossa posição, e justificava dizendo que não era justificável
justamente como propunha inicialmente e que ainda propõe o Projeto original do
Ver. Machado, a Proibição pura e simples total da utilização das plantas. Vejam
bem, nós não estamos proibindo só uma espécie. Na realidade, nós estamos
proibindo um gênero inteiro de planta da família das herfobiácias, a qual
pertence a “coroa de cristo” chamada pequena e a gigante na Cidade. Essas
plantas, eu tive todo o cuidado de me assessorar dos técnicos, dos
especialistas da Prefeitura que estão aí para isso, principalmente do Quadro de
Carreira, da SMAM em especial, que me disseram que no mundo inteiro essas
plantas são usadas como recursos paisagísticos para divisão de setores, etc...
Mas que realmente poderiam causar algum dano como eu coloco no meu parecer uma
irritação que é inclusive tratável com uma simples lavagem com água fria e
assim por diante. Nesse sentido conversei com o Ver. Luiz Machado, ele me
procurou dizendo que queria esclarecimento, trocamos idéias e ele inclusive
aventou a possibilidade de se apresentar uma Emenda modificando o Projeto
inicial, porque, dizia ele, segundo as observações que eu fiz, a sua intenção
original seria resguardada através de uma Emenda que justamente apresentou o
Ver. Vieira da Cunha. Neste sentido voltei a conversar com a assessoria da
Prefeitura, principalmente da SMAM, e houve plena concordância de que o Projeto
tem méritos e que ele é completamente justificável com a Emenda do Ver. Vieira
da Cunha, razão por que eu e minha Bancada vamos votar no Projeto e vamos votar
na Emenda do Ver. Vieira da Cunha. E não é verdade, Ver. Artur Zanella, que a
Emenda é inócua ou que ela contradiz a aplicação da Lei, quando transformado em
Lei o Projeto, se por ventura for aprovado, e certamente o será. Pelo
contrário, ela aperfeiçoa o Projeto, diria inclusive que ela salva o Projeto na
medida em que ela precisa, detalha a aplicação do Projeto, e de forma
perfeitamente contraditória, inclusive desejável. Nesse sentido também nós
votamos, inclusive eu votei sim, com restrições, no parecer favorável à Emenda
do Ver. Vieira da Cunha. De forma que está perfeitamente explicado.
O Sr. Artur Zanella: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Para que não se elabore em engano e também as pessoas que estejam aqui
entendam que aquela colocação de V. Exª de que tem gente que gosta de aparecer
na tribuna se referisse a mim. Eu sempre falo nesta Casa, e sempre discuto
todos os projetos tenham ou não pessoas aqui. E não leio lista de obras fora do
horário correto. O que eu disse, Vereador, agora, especificamente sobre a
Emenda, sobre uma afirmação do Ver. Vieira de que no regulamento poderia se
adequar melhor, o que eu disse para ele, digo para V. Exª, que não existe
regulamento por decreto que altere uma Lei. Então vai trazer um problema para a
Administração de V. Exª, que vai ter que definir rua a rua qual é a que tem
trânsito intenso de pessoas, notadamente crianças. Então tem uma rua em que não
passa criança, chega lá um dia um colégio inteiro e aí vai arrancar as plantas.
É um problema que está trazendo para a Administração de V. Exª, que vai ter que
escolher nas milhares ou centenas de ruas de Porto Alegre quais as que têm
problema ou não. Eu acho que – cada um, cada um – eu vou votar contra a Emenda,
mas só quero que V. Exª não pense que a Emenda altera o Projeto, não. Diga que
a Emenda não pode ser alterada por decreto regulamentador. Isso é óbvio.
O SR. GIOVANI GREGOL: Nobre Vereador, do ponto de vista
estritamente regimental e legal V. Exª tem razão. A regulamentação não pode
contrariar uma Lei. Mas, veja bem, Vereador, não é isso que nós estamos
discutindo aqui. A observação de V. Exª é improcedente nesse caso, com todo o
respeito. O que afirmei e mantenho é que a Emenda do Ver. Vieira da Cunha
precisa o Projeto do Ver. Luiz Machado, é coerente, melhora, no entender da
minha Bancada e do Executivo Municipal, o Projeto, desfaz uma série de
mal-entendidos que é aquilo de imprecisões que havia e a Lei será regulamentada
de forma coerente, não contrariando o Projeto e nem poderia, porque seria
ilegal, V. Exª sabe disso. Então, não existe nenhuma intenção, Vereador – não
sei se V. Exª deu a entender isso na sua intervenção anterior, creio que não –
e pode ficar tranqüilo que na regulamentação não há nenhuma intenção de burlar
o conteúdo do Projeto. Pelo contrário, nós estamos sendo, como nos outros atos
todos, perfeitamente transparentes. Tínhamos uma posição inicial, houve uma
Emenda, nos reposicionamos em função da nova Emenda, que precisa melhor o
Projeto, que era muito genérico e nesse sentido vamos votar no Projeto com a
Emenda. Quanto à questão da dificuldade da Administração, Ver. Artur Zanella,
eu lembro o seguinte: na prática, onde é usada a “coroa de cristo” entre o
público? Nos parques e praças da Cidade. Todo mundo sabe disso. Nas áreas de
preservação e de lazer da Cidade, que são as praças e os parques. E dentro das
praças e dos parques, a Administração sabe muito bem onde há mais trânsito de
pessoas, notadamente de crianças. De lá serão retiradas as plantas, segundo
manda o Projeto do Ver. Luiz Machado.
O Sr. Luiz Machado: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu queria só dar um exemplo. No caminho até esta Casa, aqui na
entrada, existe a “coroa de cristo” plantada, e aqui já é colocado como lugar
de fluxo intenso de pedestres. Então, aqui já não é um lugar para plantar-se a
coroa de espinhos. Muito obrigado.
O SR. GIOVANI GREGOL: Obrigado, Vereador, o seu exemplo esclarece a
todos nós.
O Sr. Gert Schinke: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu acho que é verdadeiro o argumento aqui da Emenda, que estive lendo
atentamente porque, num primeiro momento, ela passou na Comissão de Saúde e
Meio Ambiente, que estou presidindo, aliás, o Projeto passou na nossa Comissão,
e nós confirmamos num primeiro momento o parecer feito pelo Ver. Giovani
Gregol, que era contra o Projeto. Mas, na medida em que apenas estão em questão
as plantas localizadas em passeios onde há intenso trânsito de crianças, nesse
caso creio que a Emenda salva realmente a intenção original que tinha o Ver.
Luiz Machado. Sem sombra de dúvidas, isso vai acarretar um ônus para a
Prefeitura, porque é preciso que seja feito um estudo.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite? (Assentimento do orador.)
Creio que o Projeto do Ver. Luiz Machado é muito bom e a Emenda do Ver. Vieira
da Cunha ajuda no Projeto. É uma planta histórica, a “coroa de cristo”, e não
pode ser eliminada de uma hora para outra.
O SR. GIOVANI GREGOL: Sou grato, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 133/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação a Emenda aposta ao PLL nº 133/89. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Luiz Machado, solicitando seja o PLL nº 133/89 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. Nº 2304/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 129/89, de autoria do Ver. Gert Schinke, que denomina Praça Augusto Ruski um logradouro irregular.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. João Motta: pela
aprovação.
- da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo:
pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 129/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Gert Schinke, solicitando seja o PLL nº 129/89 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. Nº 2428/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 135/89, de autoria do Ver. Cyro Martini, que denomina Acesso Ruy Manoel Chistini um logradouro público.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Elói Guimarães: pela
aprovação.
- da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo:
pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 135/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Cyro Martini, solicitando seja o PLL nº 135/89 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. Nº 2483/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 137/89, de autoria do Ver. Adroaldo Corrêa, que denomina Rua Antonio Candido Ferreira (Bagé) um logradouro público.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Elói Guimarães: pela
aprovação.
- da CUTHAB. Relator Ver. João Dib: pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 137/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Adroaldo Corrêa, solicitando seja o PLL nº 137/89 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. Nº 2527/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 140/89, de autoria do Ver. Luiz Machado, que denomina Rua Amaral de Oliveira um logradouro público.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Elói Guimarães: pela
aprovação.
- da CUTHAB. Relator Ver. João Dib: pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 140/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Luiz Machado, solicitando seja o PLL nº 140/89 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. Nº 2528/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 141/89, de autoria do Ver. Luiz Machado, que denomina Acesso Odeth Alves dos Santos Rosa um logradouro público.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Elói Guimarães: pela
aprovação.
- da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo:
pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 141/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Luiz Machado, solicitando seja o PLL nº 141/89 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. Nº 2879/89 – PROJETO DE DECRETO DO LEGISLATIVO Nº 021/89, da CJR, que autoriza o Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre a afastar-se do Estado, no período de 27.10.1989 a 1º.11.1989.
Parecer:
- da CJR. Relator Ver. Elói Guimarães: pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Tenho concordado com tudo, Sr. Presidente, mas acho uma barbaridade, Sr. Presidente, votar um Projeto de viagem do Sr. Prefeito, já passando o tempo de uma Sessão Solene, sem tempo de encaminhar, sem saber o que o Prefeito vai fazer. Acho isso uma barbaridade, acho uma agressão à Casa com todo o respeito. Fui saber dessa viagem agora.
O SR. PRESIDENTE: V. Exª está agredindo a Casa. Não vou
discutir com V. Exª. Se o senhor quiser encaminhar é só solicitar. Está à
disposição. O Ver. Clóvis Brum está inscrito para encaminhar, outros Vereadores
que quiserem encaminhar é só se inscreverem.
O Ver. Clóvis Brum inscreve-se para encaminhar. V. Exª está com a
palavra.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o encaminhamento, indiscutivelmente, é favorável e eu dizia que, sempre que viessem pedidos de licença do Prefeito nos moldes desse e do último, eu não teria nenhuma manifestação em contrário, porque, Sr. Presidente, o Relator, Ver. Elói Guimarães emite o seu parecer dizendo que é a 20ª viagem do Sr Prefeito. Duas viagens destas 20 viagens eu sei foram a serviço da população de Porto Alegre, 18 foram para tratar assuntos ligados a seu Partido, o Partido dos Trabalhadores.
Agora S. Exª vai tratar junto à Presidência da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil, a rolagem da dívida do Município. E juntamente com outros Prefeitos, Vereadores e Lideranças Partidárias, num debate dos Presidenciáveis. Evidentemente que é uma reunião da Frente Nacional dos Prefeitos. Não é do PT.
Ver. José Valdir, eu sabia que um dia o Prefeito desta Cidade, eleito com expressiva votação haveria de nortear as suas viagens em benefício da Cidade, esquecendo a sua militância partidária, nós compreendemos o que significa ser cabo eleitoral, o que o Prefeito Olívio Dutra é para o seu partido, mas chegou o momento de se esclarecer que ele é o Prefeito de Porto Alegre.
Vinte viagens, dezoito viagens a serviço do seu PT, do seu partido, para tratar em São Paulo problemas do seu Diretório Nacional, da candidatura do seu candidato, dezoito viagens.
Não entendi “sem ônus”, do Ver. José Valdir. Como coisa que o Prefeito que o substitui não passa a receber, como se o Prefeito que substitui não recebesse.
Uma coisa é certa, ou recebe da Prefeitura, ou da Câmara Federal.
(Apartes anti-regimentais.)
O SR. PRESIDENTE: Vamos pedir que os Vereadores se contenham.
O Sr. Décio Schauren: V. Exª faz uma afirmação irresponsável.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, vou encaminhar um pedido de informações para que a Secretaria da Fazenda informe se o Vice-Prefeito, quando assume a Prefeitura, não recebe o seu salário como tal.
Mas como o PT está rebelde!
Ver. Décio, demagogia, não. Irresponsabilidade tem o Prefeito do PT, eleito pelo povo para dirigir esta Cidade, em 20 viagens, 18 para tratar de assuntos partidários. Isso é irresponsabilidade, isso é demagogia, isso é enganar, isso é mentira. Assumiu a Prefeitura, vai ser responsável perante a opinião pública para dirigir os destinos desta Cidade. Significa que, em cada 15 dias, o Prefeito eleito pelo povo de Porto Alegre foi viajar para São Paulo para tratar os assuntos partidários do PT. E os assuntos da Cidade como ficam? Será que ficam absorvidos nas contradições internas, cujo partido tem mais ala que escola de samba. Isso é demagogia?
Sr. Presidente, eu vou votar favorável, agora, tenho certeza de que é necessário que o Prefeito continue viajando para tratar dos interesses do Município, e não tratar dos interesses partidários.
Chego à Casa para encaminhar, no conforto do voto favorável, e vejo a hostilidade e o despreparo de alguns noviços representantes do PT. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Artur Zanella para
encaminhar.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhores e Senhoras que estão aqui conosco, eu queria que os senhores que hoje nos dão a honra das suas presenças, entendessem que a minha participação naquele momento é que nós apressamos as votações para que a Sessão Solene iniciasse, e eu fui surpreendido com esse viagem do Sr. Prefeito. Eu gostaria que o Sr. Guilherme Barbosa, Diretor-Geral do DMAE, se ele estiver aqui, ou seus engenheiros, me confirmassem que eu não estava na abertura dos trabalhos, porque estava recebendo-os no meu gabinete, quando foram pedir para que nós não obstruíssemos a votação dos recursos do DMAE. Eu não vou ser colocado na presença de todas as pessoas como um Vereador relapso. Não, eu estava lá, atendendo aquelas pessoas e pedi desculpas a eles para continuarmos a nossa conversa aqui, porque eu não costumo ficar fora do Plenário quando estão se desenvolvendo trabalhos. Em segundo lugar, o que eu disse ao Sr. Presidente é que, tendo em vista uma viagem do Sr. Prefeito, sempre são debatidas, foram 20 viagens, não era o momento, este, no limiar de uma Sessão Solene, de discutir estes assuntos. A Sessão Solene é uma Sessão onde nós vamos exaltar uma pessoa, logo, não existe clima para um debate deste tipo.
Nós vamos votar favorável, porque, finalmente, pela segunda vez, o Sr. Prefeito Olívio Dutra viaja para tratar dos interesses do Município. Em 20 viagens, 18 foram para tratar de assuntos do seu Partido e, mais ainda, assuntos em que o Sr. Prefeito não era obrigado a comparecer. No momento em que se elege para um cargo Executivo, legalmente deve afastar-se da direção partidária. Então, ele ia a São Paulo, a passeio, bater um papo, mas não era dirigente partidário, porque ai a legislação não permite. E, pela segunda, vejo, com satisfação, que o Sr. Prefeito viaja. Espero que lá ele assine algum Convênio, não aquele Convênio com a CMTC de São Paulo, que soubemos depois, que S. Exª havia assinado um contrato com a CMTC, que é a pior companhia de transportes do País, a mais endividada, sem o consentimento, sem a aprovação da Câmara até hoje, contra a Lei Orgânica Municipal, que proíbe a assinatura de qualquer contrato. Foi para trazer os técnicos de São Paulo que ficaram parando no Hotel Plaza e o Sr. Prefeito, depois, justificou a hospedagem no Hotel Plaza dizendo que era o Hotel mais barato que tinham conseguido em Porto Alegre. Para os senhores saberem onde está indo o dinheiro dos senhores, o dinheiro dos impostos. Isto está escrito, se alguém quiser eu mando a cópia depois, dizendo que o hotel mais barato que conseguiram em Porto Alegre foi o Hotel Plaza. Não São Rafael, claro, o Plazinha ali da Rua Senhor dos Passos. Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sou favorável ao Projeto, esperando que nestes recursos que o Sr. Prefeito vai buscar consiga evitar que em média o imposto predial de Porto Alegre suba dois mil por cento e que as pessoas que moram em Porto Alegre, a partir de hoje, não tenham que pagar todo esse aumento, mais a taxa de iluminação pública que será criada, mais as taxas de esgoto cloacal que será criado, mais o aumento de todas as taxas e os outros impostos que infelizmente eu não posso citar neste momento porque não tenho mais tempo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encaminha pelo PT, o Ver. Flávio Koutzii.
O SR. FLÁVIO KOUTZII: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhores e Senhoras presentes. Eu apenas vou encaminhar mais por consideração aos que estão assistindo a este debate um pouco inesperado. Até acho que o Ver. Zanella não se deu conta de que são companheiros de Canoas.
Eu gostaria, em primeiro lugar – nem fui solicitado a isto – de dar uma primeira explicação para que entendam o procedimento do Presidente da Casa.
Nós tivemos um grande debate durante a tarde sobre temas ligados ao DMAE. Isto nos levou a chegar perto do tempo limite da Sessão e nós agora vamos trabalhar na Constituinte Municipal, que é uma grande honra e uma grande responsabilidade para nós. É também – se oVer. José Valdir me permite – um momento em que, pela lei, se debate o Orçamento do Município, meses de outubro e novembro, e temos que terminar os processos que aqui estavam na Casa. Então há um acúmulo impressionante de trabalho, e o que o presidente fez no final, que eu notei que provocou uma certa estranheza, foi passar rapidamente à votação de questões muito simples, são nomes de praças, localização de ruas e, por respeito a ele e a nós mesmos, eu quero deixar claro isto. Nós não votamos as coisas com superficialidade. Tanto não votamos, que o tema que realmente merecia o debate nos ocupou integralmente o período parlamentar do dia.
O terceiro aspecto que me traz a esta tribuna é exatamente o concernente à autorização à viagem do nosso Prefeito de Porto Alegre. Eu gostaria – e ficou isto registrado na intervenção do Ver. Clóvis Brum, como na própria intervenção do Ver. Zanella – de informar que se trata de uma viagem com visita a bancos, no sentido dos problemas orçamentários que tem o nosso Município, como qualquer outro, e parece haver unanimidade na Casa da oportunidade e da necessidade desta viagem. Quanto a alguns excessos, deveram-se, evidentemente, a uma certa imprecisão na formulação do Ver. Brum, que eu já esclareci. O Vice-Prefeito da Cidade, o Secretário do Município, atende às questões políticas do Município e o seu salário é este. Por isto a objeção do Ver. Décio Schauren, da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Queremos agradecer pela compreensão da Casa, pela tolerância dos senhores, pela tolerância do Presidente, porque é lei que o Prefeito, para viajar, tenha a autorização desta Casa. Por isto nós ultrapassamos o tempo, para obtê-la. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PDL nº 021/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Décio Schauren, solicitando seja o PDL nº 021/89 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. CLÓVIS BRUM (Requerimento): Solicito seja feita verificação de quórum, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 1º Secretário fazer verificação de quórum.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal para verificação de quórum.) Não há quórum Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Não há quórum. Estão encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 16h57min.)
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